Palestra Sobre o Conflito Palestino-Israelense e Refugiados na Escola Prof. Camilo Faustino de Mello
No dia 24 de outubro, a equipe da ONG Refúgio Brasil teve a honra de participar de uma palestra especial na escola E.E. Prof. Camilo Faustino de Mello, em Mogi das Cruzes. O evento foi organizado a convite da professora Kátia Borsois, por meio da estudante Dariuska Gomes, uma jovem venezuelana que estuda na escola. A palestra foi uma oportunidade única para os alunos aprenderem sobre o conflito palestino-israelense, sob uma nova perspectiva, enquanto estudam o livro "Cartas ao Meu Vizinho Palestino", de Yossi Klein Halevi.
O livro, escrito por um autor judeu, aborda o conflito entre Israel e Gaza, oferecendo o ponto de vista de um israelense sobre a situação. No entanto, a escola, buscando ampliar a compreensão dos alunos, convidou Faysa Daoud, presidente da ONG Refúgio Brasil e palestina de origem jordaniana, para apresentar a perspectiva palestina do conflito.
Faysa Daoud foi acompanhada por seu dedicado time de escritório, incluindo os venezuelanos Darwin Jesus, Carla Salazar, e os sírios Mohaymem Ibish e Oula Al Ali. Juntos, eles apoiaram o evento, oferecendo uma visão humana e detalhada do que o conflito representa para os palestinos.
Faysa Daoud compartilhou sua própria história, relatando os sofrimentos vividos pelo povo palestino devido ao conflito. Ela explicou que o que acontece entre Israel e Gaza não é uma guerra tradicional, pois uma guerra, por definição, envolve dois exércitos. No entanto, neste caso, é um exército poderoso contra uma minoria, composta em grande parte por civis. Faysa enfatizou que em qualquer conflito, todos perdem, mas quando o embate envolve civis, as perdas são ainda mais devastadoras.
Durante a palestra, Faysa também falou sobre a rica cultura palestina e como os palestinos, mesmo em meio ao sofrimento, tentam manter viva a esperança e suas tradições. Os alunos tiveram a oportunidade de entender mais sobre o impacto humano do conflito, como ele afeta as famílias, as crianças e as gerações futuras.
Além disso, Faysa explicou como a ONG Refúgio Brasil tem se empenhado em ajudar refugiados palestinos que chegam ao Brasil em busca de uma nova vida. Ela detalhou as parcerias entre a ONG e a FEPAL (Federação Árabe Palestina do Brasil), que têm sido essenciais no apoio a famílias repatriadas, tanto palestinas quanto brasileiras-palestinas. A ONG, em conjunto com o governo, tem facilitado a reintegração dessas famílias ao país, oferecendo suporte em diversas áreas, como saúde, educação e moradia.
Os jovens ficaram fascinados com o tema e fizeram perguntas relevantes, demonstrando grande interesse em aprender mais sobre o conflito, os refugiados e como as ONGs desempenham um papel fundamental na vida dessas pessoas. Faysa respondeu a todas as perguntas, esclarecendo dúvidas e desmistificando conceitos errôneos que muitos ainda têm sobre o conflito na Palestina e a realidade dos refugiados.
O evento foi uma oportunidade valiosa para os estudantes não apenas aprenderem sobre um conflito que ainda ressoa em todo o mundo, mas também para desenvolverem empatia e compreensão sobre a difícil realidade vivida pelos refugiados. A palestra também serviu como uma plataforma para conscientizar os jovens sobre a importância de buscar diferentes perspectivas antes de formar opiniões sobre questões complexas e sensíveis.
Depoimento da professora Kátia Borsois
"O mundo perfeito não existe, mas podemos melhorar se cultivarmos empatia e amor, olhando nos olhos do outro e nos ouvindo mutuamente. Cada um tem sua verdade e sua razão; para que as coisas avancem, precisamos nos doar um pouco. O diálogo salva, resgata, transforma e cura. Com amor, fé e esperança, podemos melhorar o mundo, respeitando as diferenças e buscando a convivência por meio da troca. Essa troca de vivências, experiências e esperança que Faysa e sua equipe trouxeram para a palestra foi maravilhosa, gratidão por tanto."
Foi uma tarde enriquecedora e que certamente deixou um impacto duradouro nos estudantes. A ONG Refúgio Brasil segue com sua missão de educar, conscientizar e apoiar os refugiados, ao mesmo tempo que constrói pontes de entendimento entre diferentes culturas e realidades.
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